ILC Livros Digitais

Il était une « foi »

José Domingues de Almeida, Maria de Fátima Outeirinho, João da Costa Domingues — Tue, 22 Apr 2025 00:00:00 +0000

Dans un Occident profondément déchristianisé ou postchrétien (Poulat 1994 ; Küng 2018 ; Cuchet 2020), voire dans une chrétienté désoccidentalisée, devenue incapable d’interpréter ses symboles spirituels, jadis vécus comme cohérents et évidents, la question du rapport à la foi peut sembler surannée. Cependant, l’expérience spirituelle, ou l’amputation de la spiritualité, notamment dans sa dimension mystique ou liturgique, interroge et interpelle toujours, en introduisant « (…) une manière d’être au monde très différente de notre manière ordinaire de nous y rapporter. C’est une façon d’écouter et de répondre, plutôt que de conquérir et de dominer, attitudes que développe habituellement notre modernité » (Rosa 2023).

De fait, et pour ce qui est du littéraire, dans Le Crépuscule de la Culture française ? (1995), Jean-Marie Domenach se demandait si « le roman peut se passer de Dieu ? ».

Materiais para a Salvação do Mundo 11

Pedro Eiras — Tue, 22 Apr 2025 00:00:00 +0000

Neste volume, Fabiane Borsato cruza leituras de João Cabral de Melo Neto e de Michael Ende para pensar a compreensão do tempo (ou de vários tempos: natural, humano, social…), questionando experiências como o stress, o tédio, a velocidade, o progresso, no contexto violento de um capitalismo que confunde temporalidade com produção e vida com trabalho; propondo o close reading de poemas de Miguel-Manso e Patrícia Lino (que coincidem no uso da expressão «coração antigo»), António Pedro Marques questiona a poesia «de amor», suas esperanças e desilusões, e ainda o imaginário do coração, a vivência da casa, o recurso à música, como possibilidade(s) de salvar (ou não) o mundo; por fim, Gisela Rebelo de Faria parte de ideias como o habitar (Martin Heidegger), o político (Jacques Rancière), mas também o performativo (Erika Fischer-Lichte), para pensar o espaço público nas cidades, a experiência da colectividade e o papel da Arte Pública «como um meio de ativar e perpetuar a reflexão e a ação no espaço urbano – para o mundo».

Org.: Pedro Eiras

Índice:

7 |Nota de Abertura
Pedro Eiras

9 | Janela, alpendre e anfiteatro como espaços e tempos da consciência dos estados interiores do ser no mundo
Fabiane Borsato

31 | Fragmentos de um coração antigo: Patrícia Lino e Miguel-Manso
António Pedro Marques

43| Pelo direito à transcendência! Aceitar a finitude
Gisela Rebelo de Faria

Corpo, Manifesto

Fri, 18 Apr 2025 00:00:00 +0000

Corpo, Manifesto propõe-se menos como uma afirmação fechada do que como um espaço de reverberação, onde múltiplas vozes se cruzam, friccionam e desdobram em novos questionamentos. Se o corpo é, por excelência, o suporte de qualquer manifestação sensível no mundo, o manifesto transforma-o num campo de inscrição discursiva e política. Entre poesia, performance e corporeidade, este volume interroga as relações no eixo literatura-tecnologia-género, explorando novas formas de resistência, inscrição e transgressão. Mais do que fixar respostas, Corpo, Manifesto oferece um campo de possibilidades em permanente deslocamento, onde a poesia e a performance não apenas refletem o mundo, mas intervêm nele – ensaiando modos outros de existir, de dizer e de fazer corpo.
Decorrente das II Jornadas Internacionais Poesia e Performance, realizadas entre 22 e 24 de fevereiro de 2024, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e na Casa Comum (Reitoria da UP), a presente publicação reúne textos e reflexões desse encontro, articulando distintas perspetivas ao longo de cinco linhas temáticas: Queerness Expandida: Hackear o Corpo, Aparições/Construções do(s) Corpo(s) na Arte e na Literatura Hoje, (Re)leitura(s) dos Manifestos Históricos na Contemporaneidade, Corporeidade do Manifesto Poético e Materialidades Expressivas: Corpo e Voz.
Ao reunir diferentes abordagens teóricas e práticas, Corpo, Manifesto inscreve-se, assim, no esforço de consolidação dos estudos comparatistas e intermediais no campo da literatura e das artes, promovendo um diálogo dinâmico entre investigação e experimentação.

Materiais para a Salvação do Mundo 10

Pedro Eiras — Mon, 31 Mar 2025 00:00:00 +0000

Neste volume, Ana Cristina Joaquim aborda a questão da salvação do mundo através de uma colagem de textos, próprios e alheios (num gesto que revisita tanto a antropofagia segundo os modernistas brasileiros como a noção de génio não-original segundo Marjorie Perloff), colocando em causa ideias de autoria, autoridade, propriedade privada; num artigo em inglês, Helena I. Lopes relê Emma Goldman e Voltairine de Cleyre, Theodor Adorno e Max Horkheimer, Giorgio Agamben ou Hannah Arendt, para opor às formas de autoritarismo político no mundo ocidental hodierno um contra-modelo anarcofeminista, o paradigma Ágil, e alternativas como a pedagogia experimental da Escola da Ponte; por fim, partindo das ideias de catástrofe e fim do mundo, tal como surgem numa peça de teatro de José Maria Vieira Mendes, e pensando o universo dos jogos electrónicos, Song Hongze questiona as ideias
de antropocentrismo e técnica, num mundo em que humanidade e máquina não se opõem, mas se (re)inventam mutuamente.

Org.: Pedro Eiras

Índice:

7 |Nota de Abertura
Pedro Eiras

9 | Exercício canibal
Ana Cristina Joaquim

21 | Manifesto for an anarcho-feminism
Helena I. Lopes

31| A catástrofe, a técnica e a subjetividade na noite do mundo: para além do antropocentrismo
Song Hongze